MULHER-MARAVILHA: janeiro 2011

1948

Com a morte de seu criador em 1947, Mulher Maravilha perdeu seu principal e praticamente exclusivo roteirista . As histórias que Charles Moulton deixou prontas antes de falecer continuaram a ser editadas normalmente, é claro, mas com o fim do legado de Moulton, a heroína ganhou um novo roteirista: Robert Ganigher . As histórias de Ganigher foram sendo introduzidas entre as de Moulton até que finalmente se esgotassem a reserva de roteiros

que ele deixou pronto. Ao longo dos anos, entregue a roteiristas diversos, Mulher Maravilha perdeu um pouco da coerência e continuidade, mas a princípio ainda manteve sua grande popularidade. A troca constante de editores também prejudicou a personagem, mas outros heróis também sofreram com isso, nos dez anos seguintes o gênero começaria a entrar em decadência até quase desaparecer em meados dos anos cinqüenta.

No final dos anos 40, contudo, a heroína ainda era um dos personagens mais lidos dos quadrinhos americanos. Outra grande mudança foi o fim da II Guerra Mundial em 1945. Mulher Maravilha surgira

no auge da guerra, como símbolo da luta pela liberdade, uma enviada para enfrentar a terrível ameaça nazista. Mas não havia mais guerra, era preciso achar novas motivações para a heroína, incrementar suas aventuras, criar novos vilões e ameaças a

sua altura. Surge então em 1948 a Corporação Vilania, uma associação de supercriminosos fundada pelas maiores inimigas da Mulher Maravilha desta época, que resolvem unir forças para derrotá-la. Ao longo dos anos, a Corporação Vilania ressuscitaria muitas vezes, nem sempre com os mesmos personagens, mas essa primeira formação era composta por personagens como Maligna, a Rainha Cléa, Dr. Poison (primeiro vilão, na verdade uma mulher travestida de homem,

derrotado por Mulher Maravilha, que ressurge, então, depois de haver desaparecido após a derrota sofrida), Hypnota, entre outras. Claro não poderiam faltar Giganta e Mulher Leopardo, nessa época conhecida como Cheetah, que na verdade é o nome original da personagem em inglês. Giganta, embora surgisse inicialmente como inimiga da Mulher maravilha, acabou crescendo como personagem e enfrentando outros heróis, em épocas mais modernas ganhou novas origens, participou

de outros grupos criminosos e acabou se desvinculando do universo da Mulher maravilha, até estar hoje em dia meio esquecida, mas Mulher Leopardo ainda é até hoje um dos maiores nomes da galeria de inimigos da Mulher maravilha. Além da Corporação Vilania, ao longo deste ano, Mulher Maravilha enfrentaria outras ameaças como um grupo de bruxas com direito até a vassouras voadoras, um leprechaum (espécie de duende irlandês, desses do pote de ouro),

cowboys submarinos, um povo do gelo e seres supostamente vindos do mundo místico do outro lado dos espelhos. Surge também nesse ano a filha do Duque da Decepção, um dos principais aliados de Marte, o Deus da Guerra. Ao lado da Liga da Justiça, entre outras aventuras, enfrenta uma invasão de criaturas do Mundo das Fadas e luta contra a delinqüência juvenil.

Seus aliados são geralmente os de sempre, Etta Candy e Steve

Trevor na maioria das aventuras, e algumas participações especiais de sua mãe Hipólita, da amazona Mala e de Paula Von Gunther. Paula e Hipólita este ano surgem diversas vezes, fortalecendo assim o elo da princesa amazona com suas origens na Ilha Paraíso.

FICHA TÉCNICA

EDIÇÕES:

- Sensations Comics dos Nºs 73 a 84 (aventuras solo) - 1 edição por mês
- Wonder Woman 27 a 32 (aventuras solo) - bimestral
- All Star Comics 39 a 44 (ao lado da Sociedade da Justiça) - bimestral
- Comic Cavalcade 25 a 29 (aventuras solo) - bimestral (depois do nº 29 Mulher Maravilha deixaria de ser publicada na Comic Cavacade, talvez pela falta de mais material depois da morte de seu criador,

já que seu novo roteirista, Robert Ganigher, também acumulava a função de editor de diversas outras revistas. Provavelmente este foi o promeiro golpe recebido pela heroína pela falta de um artista exclusivamente dedicado a ela.)