quarta-feira, 14 de abril de 2010

MULHER-MARAVILHA – A VERSÃO ORIGINAL / CAPÍTULO 7

Em suas aventuras entre outubro 
e dezembro de 1942, 
editadas em 
Sensation Comics n° 10, 
All-Star Comics n° 13, 
Sensation Comics n°s 11 e 12, 
Comic Cavalcade n° 1 
(edição de inverno) e 
All-Star Comics n° 14, 
Mulher Maravilha enfrenta 
inimigos como o espião 
japonês Ishti, 
a Rainha Desira, 
governante do planeta Vênus, 
e a guerreira Rebla, 
além de sua arqui-inimiga 
Baronesa Paula Von Gunther, 
sempre com um estratagema 
montado para sabotar o esforço 
de guerra norte-americano. 
Captura Mr. Kipp, 
um quinta-coluna da 
alta sociedade,  
o que a leva também a descobrir 
e derrotar um grupo de espiões 
nazistas denominados como 
“os pescadores”, que pretendia 
destruir uma fábrica de navios 
de guerra em Salem, 
resgatando também 
Tommy Royden, um jovem americano que estava sendo mantido prisioneiro desses espiões.
 OBSERVAÇÕES: Encerra-se 
aqui o primeiro ano de aventuras da Mulher Maravilha,
que vai de dezembro de 1941 a dezembro de 1942.
Este primeiro ano define a cada história as principais
características da personagem, sua origem, seus
poderes, seus amigos, sua entrada para
a Sociedade da Justiça,
antiga versão da Liga da Justiça, a introdução do laço
mágico. o longo deste ano sua histórias foram editadas
mensalmente na Sensation Comics, que trazia aventuras
solos de diversos heróis, e em quase todos os números
da edição bimestral All Satar Comics, que editava
aventuras solo e em conjunto
dos membrosda Sociedade da Justiça.
Ganhou sua própria revista, numa edição
quadrimestral, uma a cada estação do ano. Foram
lançadas dois n°s nesse ano, ambos trazendo somente
histórias dela, e finalmente em dezembro passa a fazer
parte de mais uma edição, a estreante Comic Cavalgade,
que tinha a intenção de dar maior divulgação a dois
personagens secundários que vinham se destacando
entre os membros da Sociedade da Justiça, as antigas e
primeiras versões dos heróis Lanterna Verde e Flash.
Para garantir a vendagem dessa nova revista, precisavam
de um personagem que já estivesse estabelecido, então a
escolha foi a Mulher Maravilha, primeiro porque era uma
personagem nova ainda nos quadrinhos,
tal qual os outros dois,
e segundo porque ela era membro também da
Sociedade da Justiça, o que estabelecia um ponto de
ligação entre todos os personagens da nova edição,
mesmo estando cada um em sua própria história solo.
Enfim, de uma única história lançada um ano antes, de
uma personagem inédita, o sucesso foi tão grande que
doze meses depois ela já fazia parte de 4 títulos, um deles
dela própria. Infelizmente, depois da morte de seu
criador, nem sempre a Mulher Maravilha esteve tã bem,
outros roteiristas muitas vezes bagunçaram com sua
imagem e ao longo de seus quase 70 anos de existência,
a se completar em 2011,
ela teve muitos altos e baixos,
mas continua sendo sempre a primeira
e mais querida heroína dos quadrinhos.
Seu nome é tão forte quanto o de Batman e Super-homem,
e juntos os 3 são os mais antigos heróis ainda publicados
até os dias de hoje.
Muitos já desapareceram ou foram tão radicalmente
modificados que mal lembram,
e alguns nada lembram, sua versões originais.
Já tentaram mudar seu nome, seu uniforme, seus poderes,
já tentaram colocar outra personagem como
Mulher Maravilha, a exemplo de outros heróis
que foram substitudos por seus sucessores,
inclusive seus dois companheiros da Comic Cavalgade:
já existiram vários Lanternas Verdes e o Flash atual
já é o 3° na história dos quadrinhos.
Mulher Maravilha, contudo, se impõe sobre essas mudanças.
Hoje em dia está atualizada, é claro,
o uniforme sofreu mudanças,
mas ainda é basicamente o mesmo,
só foi encurtando e ficando mais sexy com o tempo,
trocaram alguns detalhes como a águia dourada
sobre seu busto que se tornou nos dias de hoje
dois Ws estilizados, mas ainda lembrando a forma
das asas.
A idéia inicial, porém, ainda é a mesma.
Isso acontece porque Mulher Maravilha não é
só mais uma personagem, não é apenas
uma heroína qualquer, é um grande ícone
da cultura mundial,
um símbolo quer se tornou universal.
Surgiu na II Guerra Mundial,
quando as mulheres americanas assumiram vários
papéis na sociedade para manter de pé
o império americano e garantir a subsistência
de suas famílias quando seus maridos, irmãos
e filhos foram para a guerra.
A mulher que era peça decorativa de luxo nas casas,
mera procriadora,
se tornou empreendedora,
se empregou em fábricas, transformaram-se muitas em operárias
para suprir a falta de mão de obra masculina.
Começa aí a grande revolução feminina que muitos anos depois levaria ao ato simbólico da queima de soutiens,
a conquista do direito de voto e muito mais.
Enquanto a sociedade passava por essas mudanças radicais,
os quadrinhos ainda eram dominados pelos heróis masculinos,
surge, então a Mulher Maravilha, no momento certo e preciso.
Mesmo com o fim da guerra,
quando muitas mulheres voltaram ao seu papel tradicional,
ela ainda continuou fazendo sucesso,
pois os fenômenos sociais não retrocedem,
nunca mais as mulheres seriam de novo um bibelô pacífico
e conformado com seu papel secundário e figurativo
na História e na sociedade,
e Mulher Maravilha representa isso,
a força feminina, capaz de enfrentar os mais duros obstáculos sem jamais perder a doçura. A “guerra dos sexos” se representa na rivalidade de Marte (atualmente Ares) e Afrodite, quando o Deus da Guerra conclama que seus homens dominarão o mundo pela espada e a Deusa do amor e da beleza docilmente reponde que suas mulheres dominarão os homens com o amor. Toda esta simbologia é forte demais para ser esquecida, daí o segredo da força e do sucesso dessa personagem que se tornou muito mais do que um quadrinho. Ela está enraizada em décadas de História, e seu criador ainda teve a genialidade de ligá-la aos mitos gregos que a milhares de anos encantam a humanidade, transformando-a numa personagem tão consistente e encantadora que sobrevive por si mesma, jamais esquecida. Todas as tentativas feitas de tentar transformá-la num personagem diferente fracassaram, pois sua figura e seu mito são insubstituíveis. 

Um comentário:

  1. Obrigada por ter todo esse trabalho resumindo as primeiras histórias da MM. Adorei você ter falado sobre a representatividade, gostaria que todas as mulhes enxergassem a Diana dessa forma.

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