AS ERAS DE OURO E PRATA

A ERA DE OURO


EDIÇÃO QUE MARCA O INÍCIO DA ERA DE OURO
A Era de Ouro das histórias de quadrinhos norte-americanas (chamada de comics), situa-se entre 1938 e meados dos anos 50 do século XX, durante o qual o estilo obteve grande popularidade. Nesse período foi inventado e definido o gênero dos super-heróis, com a estréia de alguns de personagens dos mais conhecidos do gênero.


Os fãs dos quadrinhos concordam que a Era de Ouro começou em 1938 com o surgimento do Super-Homem na revista Action Comics número 1, publicada pela DC Comics. Super Homem, o primeiro super-herói, foi tão popular que logo o gênero passou a dominar as páginas das revistas e, nos meses seguintes a DC surgiria com Aquaman, Gavião Negro, Lanterna Verde, Flash (ou Joel Ciclone como era conhecido no Brasil), Mulher Maravilha, Batman e Robin.


Nos 50, com a publicação do livro A Sedução dos Inocentes, os quadrinhos passaram a ser combatidos pelos acadêmidos ligados à área da Psicologia e do Comportamento. Como resposta às pressões, as editoras desenvolveram o Código de Ética dos Quadrinhos, o que fez com que o número de leitores diminuisse. Isso fez com que muitos heRóis desaparecessem durante alguns anos, permanecendo somente os mais populares como Super-Homem, Batman e Mulher Maravilha (conhecidos como os 3 grandes), mesmo assim, o gênero estava entrando em decadência e depois de alguns anos precisou de uma grande reformulada para se estabelecer novamente.


A partir dessa reformulação de vários super-heróis da era dourada, iniciada no fim dos anos 50 e no início dos anos 60 pelas Editora DC Comics e Marvel, que relançaram o Flash, o Lanterna Verde, o Gavião Negro e o Capitão América, Namor, Tocha Humana e Ka-Zar, por exemplo, foi iniciada um novo período de sucesso que foi chamado de Era de Prata. Nesse período muitos personagens foram radicalmente modificados, suas origens recontadas de forma diferente e até mesmo seus uniformes redesenhados e modificados.

A SEDUÇÃO DOS INOCENTES
"A SEDUÇÃO DOS INOCENTES" - 1ª EDIÇÃO
Seduction of the Innocent (em português, "Sedução do Inocente") é um livro do psiquiatra estadunidense Fredric Wertham, publicado em 1954, que alertou os leitores sobre a tese das revistas em quadrinhos serem um forma ruim de literatura popular e um sério fator da delinquência juvenil. O livro causou um rebuliço nos pais americanos e influenciou uma campanha para a censura desse tipo de publicações. Ao mesmo tempo, o Congresso americano lançou uma investigação tendo como foco a indústria de quadrinhos. Logo após a publicação de Seduction of the Innocent, o Comics Code Authority ou Código dos quadrinhos foi elaborado pelos próprios editores, que passaram a regular o conteúdo do setor e se autocensurarem.
Seduction of the Innocent traz inúmeras citações de revistas publicadas, que aludiriam a violência, sexo, uso de drogas e outros assuntos adultos, reunidos todos sob o jargão usado pelo autor de "quadrinhos de crime" — que servia para que Wertham incluisse além das populares histórias de gângster/assassinatos, também super-heróis e horror.

Para Werthan, cenas da Mulher Maravilha amarrada faziam alusão a subserviência sexual.
Os quadrinhos, especialmente os de crime/horror publicados pioneiramente pela EC, tiveram os desenhos largamente reproduzidos por Wertham, que disse que os mesmos "feriam os olhos". Várias outras conjecturas foram feitas sobre as imagens e enredos, particularmente os que supostamente traziam menções sobre sexo. O gênero super-heróis não foi poupado e os 3 grandes, talvez devido justamente a sua enorme popularidade, foram provavelmente os mais atacados: Batman e Robin foram acusados de manter uma relação homossexual, e Mulher Maravilha de ter um subtexto de "servidão sexual" que foi bem documentado, com o próprio criador William Moulton Marston admitindo essa possibilidade; contudo, Wertham também disse que a força e a independência da Mulher Maravilha a caracterizavam como lésbica. Tradicionalmente, a heroína sempre foi mostrada como heterossexual e virgem. Já Super-Homem foi definido como facista e anti-americano.

BATMAN E ROBIN ACORDANDO JUNTOS PELA MANHÃ NA MESMA CAMA, CENA PUBLICADA NO LIVRO "SEDUCTION OF THE INNOCENT" PARA DEFENDER A ARGUMENTAÇÃO DE QUE OS PERSONAGENS ERAM GAYS
A MULHER MARAVILHA DA ERA DE OURO
Wertham criticou as relações comerciais envolvendo as editoras e o mercado de varejo. Ele simpatizava com os varejistas que não queriam vender quadrinhos de horror mas eram compelidos a isso pelos distribuidores.

A fama angariada por Seduction of the Innocent transformou Wertham em celebridade e lhe deu a reputação de perito nesses assuntos, o que levou a que fosse chamado para testemunhar no Subcomitê do Senado que investigava a delinquência juvenil, liderado pelo cruzado anti-crime Estes Kefauver. Num longo depoimento diante do comitê, Wertham repetiu seus argumentos escritos no livro e apontou os quadrinhos como a maior causa dos crimes juvenis.
MULHER MARAVILHA NA ERA DE PRATA
A testemunha seguinte a ser ouvida foi o editor da EC, William "Bill" Gaines, indagado sobre os quadrinhos violentos que Wertham havia descrito. O comitê apresentou um relatório final que não culpava os quadrinhos pelos crimes mas recomendava aos empresários do setor que mudassem o conteúdo voluntariamente. Possivelmente tomada como uma ameaça velada de intervenção, fez com que os editores resolvessem aprovar o Comics Code Authority, se autocensurando. O texto aprovado não somente bania as imagens violentas, mas também proibia o uso de várias palavras e conceitos, tais como "terror" e "zumbis", além de determinar que os criminosos fossem sempre punidos.
JAY GARRICK - O FLASH DA ERA DE OURO, CONHECIDO NO BRASIL COMO JOEL CICLONE
O código acabou com a maioria dos títulos do estilo EC, permanecendo apenas os de super-heróis, bastante "higienizados", que se tornaram o principal gênero das revistas em quadrinhos, mesmo Wertham ainda achava que o Código era inadequado como proteção da juventude e combateu o gênero com veemência. Muitos pais passaram a probir aos seus filhos esse tipo de leitura, o que causou uma violenta queda nas vendas. O resultado disso foa decadência dos quadrinhoso levando ao cancelamento de muitos títulos e ao desaparecimento de muitos personagens. Muitos deles retornaram anos depois, totalmente reformulados, o que marcou o início da era de prata.

BARRY ALLEN - O FLASH DA ERA DE PRATA
Seduction of the Innocent foi ilustrado com reproduções de quadrinhos, mostrados como evidências da tese do livro, acompanhados de legendas em que Wertham fazia comentários sarcásticos. A primeira edição do livro tinha uma lista bibliográfica das revistas das quais foram copiadas as ilustrações, porém, com receio de processos judiciais por parte das editoras, a página foi arrancada das edições em circulação. Os livros com essa lista se tornaram raros e disputados pelos colecionadores. Entre esses aficcionados, aliás, as histórias cujas cenas foram usadas ou citadas no livro passaram a ser referidas como as "sedutoras", o que valorizava a referida revista.


A ERA DE PRATA
A Era de Prata é o nome informal de um período de avanços artísticos e sucesso comercial das histórias em quadrinhos norte-americana, predominantemente no gênero de super-heróis. Oficialmente a era de prata acontece a partir do iníco dos anos 60, mas na verdade este é o período em que o gênero estava novamente auto-afirmado, mas os primeiros sinais dessa mudança de fase já começam a aparecer desde meados dos anos 50. Tradicionalmente aceita-se como fim desse período o final dos anos 70.


ALAN SCOTT, O LANTERNA VERDE DA ERA DE OURO
Durante a Era de Prata, a formação dos super-heróis evoluiu. O traço e estilo dos desenhos melhoraram muito de qualidade e os escritores injetaram elementos de ficção científica nas origens e aventuras dos personagens. Outra característica, talvez a principal depois da melhora da qualidade artística, é a reformulação e retorno de muitos persongens. Também o estilo das histórias mudou, os heróis passaram a ser mais humanos e perturbados e, como resultando da Era de Prata, o desenvolvimento do personagem e seus conflitos pessoais tornaram-se quase tão importante quanto o mito, os super-poderes e as aventuras épicas dos super-heróis.

HAL JORDAN, O LANTERNA VERDE DA ERA DE PRATA
O começo (assim como o fim) da Era de Prata é motivo de debate, mas muitos consideram que o período começou realmente com a revista Showcase Comics número 4, lançada pela DC em 1956, que apresentou uma nova versão do The Flash. Sob a editoria de Julius Schwartz, o Flash foi o primeiro de muitos personagens repaginados em versões mais modernas e influencidas pela ficção científica, foi graças ao sucesso do personagem que outros heois tambpem foram reformulados e tirados do esqueecimento. A DC também estreou a Liga da Justiça, um grupo que consistia de seus heróis mais popularese que substituiu a Sociedade da Justiça, extinta desde 1951.

O sucesso destas séries ajudou a editora à encontrar um gênero viável que fosse bem sucedido apesar das restrições do Comics Code Authority. Isto deu novo fôlego aos quadrinhos, e as vendas começaram a se recuperar.

MULHER MARAVILHA E A SOCIEDADE DA JUSTIÇA - ANOS 40
O período também viu o crescimento da Marvel Comics que se firmou desde então e até os dias de hoje como a principal competidora da Dc comics no gênero super-herói. A Marvel introduziu caracterizações mais sofisticadas e um perfil psicológico mais detalhado dos personagens, além de roteiros mais dinâmicos ao universos de super-heróis. O personagem mais influente e popular da Marvel desta época foi o Homem Aranha. Outras figuras duradouras e significativas introduzidas durante a Era de Prata foram o Quarteto Fantástico, Hulk, Homem de Ferro, Demolidor, X-Men, e o próprio super-grupo da Marvel, Os Vingadores, mais ou menos nos moldes da Liga da Justiça da DC..

Depois de um período inicial de hesitação, a DC passou a adotar alguns desses novos critérios em suas revistas também, até mesmo para poder se manter no mercado que por um período praticamente foi dominado pela Marvel.

A LIGA DA JUSTIÇA, SURGIDA NOS ANOS 60, SUBSTITUIU A ANTIGA SOCIEDADE DA JUSTIÇA
Para muitos fãs dos qudrinhos esse período durou até meados dos anos 80, para outros até princípios dos anos 70 ou fim dos 60, quando teria começado então a era de bronze, mascado no universo DC quando Robin deixa a parceria com Batman para ir para a faculdade. No universo Dc, porém não se adota o nome período de bronze e sim periodo pré-crise, que seria tudo o que se passou antes da mega saga CRise nas infinitas Terras que reformulou todo o universo DC.