sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Robert Kanigher


Robert Kanigher (18 de junho de 1915 - 7 de maio de 2002) foi um prolífico escritor e editor de quadrinhos, cuja carreira se estendeu por cinco décadas. 
Com a morte de Charles Moulton, criador da Mulher Maravilha, Robert Kanigher assumiu o título e foi responsável por ele por mais de vinte anos.
Ele trouxe mudanças para o universo da Mulher Maravilha, com o passar do tempo personagens como Etta Candy e as Garotas Holliday foram desaparecendo das histórias.
Muitos dos vilões também foram deixados de lado e surgiram outros em seu lugar. 
Desde a morte de Moulton Mulher Maravilha passou por muitas reviravoltas, entregue nas mãos de diversos desenhistas e roteiristas, mas de todos, Kanigher foi provavelmente o mais duradouro e fiel à personagem. Ele não só escrevia como também editava as aventuras da heroína, e também de muitas outras revistas e personagens. Esse foi provavelmente um grande golpe para a heroína e sua popularidade, pois se antes ela tinha um roteirista dedicado quase que exclusivamente a ela, agora nem sempre ela estaria em primeiro plano, mesmo assim os vinte anos de kanigher talvez não tenham sido os piores, muito pelo contrário. Pelo menos não os primeiros anos, mas já para o final da Era de ouro o estilo super-heróis caiu em decadência e mesmo os maiores personagens, como a Mulher maravilha, também sentiram essa fase e nem sempre conseguiram se manter em alta. Essa foi uma época complicada, muitos heróis desapareceram, alguns retornaram depois na era de prata totalmente reformulados, outros caíram definitivamente no esquecimento. Mulher Maravilha foi uma das poucas excessões, assim como Batman e Super-Homem, que conseguiram se manter e atravessar essa fase sem cair totalmente no ostracismo, mesmo com uma grande queda na popularidade e nas vendas. O fato de Kanigher ter sido por muitos anos a principal cabeça da DC Comics e dele ter adotado para si a Mulher Maravilha, pode ser um dos fatores que a levaram a ser uma das poucas sobreviventes desse período.

Kanigher também trabalhou com muitos títulos da DC com temática de guerra, estilo muito popular nesse período já que a guerra era um evento bastante recente ainda. 
SGT. ROCK, PERSONAGEM CRIADO POR KANIGHER
Nesta linha ele criou o Sargento Rock, que foi provavelmente o personagem mais popular desse estilo de quadrinhos, personagem hoje em dia praticamente desconhecido, mas um grande sucesso da época. É provável que justamente essa linha de trabalho com quadrinhos de guerra tenha levado kanigher a aproximar-se da Mulher Maravilha, já que a guerra era a principal motivação da vinda da heroína para o mundo dos homens e um dos temas mais frequentes das suas aventuras. 
Depois da Mulher Maravilha, surgiram outros personagens femininos, vilãs e heroínas, o sucesso da heroína amazona fez com que escritores e roteiristas criassem mais mulheres com super poderes. 
Muitas dessas personagens, porém, não passavam de contra-partes femininas de grandes heróis, as vezes parceiras ou personagens coadjuvantes de suas aventuras, como a Batmulher e depois a Batmoça, a Super-moça e a Mulher Águia.  
CANÁRIO NEGRO
Kanigher criou a que foi provavemente primeira heroína depois da Mulher maravilha verdadeiramente original e não apenas uma mera cópia de heróis masculinos: a Canário Negro.
Também foi ele que criou a Hera Venenosa, da galeria de vilões do Batman. Assim como os heróis ganharam parceiras e contra-partes femininas, alguns vilões de sucesso também ganharam suas contra-partes, e foi dentro desta perspectiva que kanigher criou também a Harlequim, companheira de crimes do Coringa.
Mas a principal contribuição de kanigher para o mundo dos quadrinhos de super-heróis, foi sem dúvida conseguir recuperar e erguer de novo  esse universo que havia entrado em decadência. 
Recai sobre ele o mérito de dar novo ânimo a este mundo imaginário. Entre os personagens que haviam caído no ostracismo estava o Flash, nessa época chamado aqui no Brasil de Joel Ciclone. Kanigher o recriou, um novo personagem assumiu a identidade de Flash, com um uniforme e uma origem diferentes, e mais elementos de ficção científica. Barry Allen, o novo Flash, era mais veloz, tinha mais poderes e habilidades que seu antecessor, e em pouco tempo tornou-se ainda mais popular. 
O sucesso foi tanto que logo outros personagens ganharam também novas versões, a seguir o Lanterna Verde e aos poucos todos os outros que já haviam sido realmente populares. mas nem todos os heróis da Erade Ouro puderam ser salvos e muitos acabaram mesmo caindo no esquecimento.
As vendas aumentaram, o estilo super-herói tornou-se popular novamente, e surgia assim a Era de Prata dos quadrinhos. 
Os "Três Grandes" não ficaram de fora dessas mudanças, mas Batman, Super-Homem e Mulher Maravilha eram ícones fortes demais para que eles se arriscassem a mudanças tão radicais, afinal eles haviam conseguido sobreviver à decadência de quase todos os outros títulos e personagens assim mesmo como eram e isso provava o grande apelo que esses personagens tinham junto ao público. 
Eles foram modernizados, mas mantiveram inalteradas suas identidades secretas e basicamente as mesmas origens, uniformes e habilidades, apenas com algumas modificações para que ficassem mais atualizados.
Apesar de roteirista de quadrinhos, kanigher tinha uma formação literária clássica, cujas influências incluiam grandes nomes como Dostoyevsky, Maxim Gorky, Freud, Sófocles , Shakespeare e diversos outros. 
HERA VENENOSA - cr
Com certeza essa formação clássica influenciou positivamente na qualidade de seu trabalho, e essa nova fase dos quadrinhos trazida por Kanigher recebeu um grande aprimoramento tanto no visual quanto no conteúdo das histórias, com desenhos mais bem feitos e acabados e roteiros melhor elaborados.

A carreira de kanigher como escritor iniciou quando ele ele era ainda bem jovem, primeiro com contos e poesias publicados em revistas. 
Em 1932 ganhou o concurso colegial de contos do Estado de Nova York. Desde então entre os anos 30 e 40, escreveu rádio-novelas, filmes para o cinema e assinou a autoria de várias peças.
kanigher se sentiu atraído a escrever quadrinhos por ser algo muito lucrativo naquela época. 
Criou vários personagens de sucesso, entre eles o Capitão Marvel, cujo sucesso foi tão grande que rivalizava em vendas com o Super-Homem
Anos mais tarde a DC Comics incorporaria a Fawett Comics, editora do Capitão Marvel, ganhando assim os direitos de publicação de seus persongens. 
ROBERT KANIGHER JOVEM
Foi assim que o Capitão Marvel passou a integrar o universo DC, mas por muito tempo foi relegado a um segundo plano para garantir que Super-Homem continuasse como o campeão de vendas. Outros personagens não tiveram nem sequer essa chance e os menos populares desapareceram definitivamente.
em 1945 kanhigher foi contratado pela DC Comics, que nessa época ainda se chamava All-american Comics, e em poucos anos foi promovido a editor. 
Entre os títulos que estavam sob sua responsabilidade encontram-se alguns dos maiores sucessos da editora, como a Sociedade da Justiça, Gavião Negro, Lanterna Verde e, claro, Mulher maravilha
Pode-se dizer sem exageros que Robert kanigher escreveu seu nome na História dos quadrinhos. Hoje em dia muitas das suas histórias são eventualmente republicadas em edições especiais e exemplares dignos de colecionadores.
Também são frutos de sua imaginação outros personagens conhecidos como o Príncipe Vicking, os Homens metálicos, o Homem-Robô e Rima - a Garota das Selvas
CARICATURA DE KANIGHER E SEUS PERSONAGENS
Em sua homenaem prédios e ruas imaginários do Universo DC foram batizados com seu nome, principalmente nas cidades fictícias de Keystone e Central City
Na novela gráfica "As incríveis Aventuras de Nate Banks", a cidade natal do personagem chama-se Kanigher Falls, outra homenagem dos quadrinistas e roteiristas a esse grande nome dos quadrinhos.

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